03 junho 2016

Ana & Miguel - Capítulo VI



Miguel
Uma única chance. Estava tão perto e a perdeu. Parecia ter sido o momento perfeito para beijá-la, mais um pouco e os lábios tocariam os dela, mas o universo não queria que isso acontecesse. Tudo culminava para que desse errado. Porém, como bom apaixonado e guerreiro, não desistiria. Ele nunca desistiria dela. Nunca.

Ana desceu do carro. - Eu... eu acho que vou fazer o dever de casa agora. Matemática. – fez um careta.
- Quer ajuda? – ele sabia que ela não lidava muito bem com números.
- Hum... obrigado. Mas acho melhor você ficar com sua mãe, ela passou a noite no hospital. Deve precisar de você. – Ela tinha razão. Apesar de passarem a manhã juntos, a mãe precisava dele ao seu lado.
- Então acho que nos vemos amanhã.
- É, até amanhã Miguel. – virou-se, mas parou e voltou: - Vai ficar tudo bem. Ás vezes a gente pensa que não, mas sempre fica no fim. – e sorriu.

Ela entrou em casa e ele disse ao motorista para prosseguir.

Ana

Estava surtando. Literalmente S-U-R-T-A-N-D-O. Será que estava ficando louca? Imaginando coisas? Talvez tivesse alguma coisa no rosto dela e ele só estava tentando limpar. Ou talvez... Não sabia ao certo. Imaginava as infinitas possibilidades para refutar a ideia de que ele iria beijá-la. Desde quando as coisas tinham se transformado? Quando ela deixou de vê-lo apenas como amigo para um amor? Ele era seu melhor amigo fazia anos, estava ao seu lado boa parte da sua vida. Quando sua mãe tinha ido embora sem dar muitas explicações, quando tirava nota ruim em Matemática (como odiava essa matéria), quando ela tinha suas crises existenciais... Como e por que ele estava em todos esses momentos e não fugiu?

Não conseguia se concentrar no dever, rabiscava coisas indecifráveis na última página, no restinho de papel branco que ainda não estava escrito. Letra de suas colegas de classe com coisas fofas, letra de músicas, a letra dele...


“Para Ana, a pessoa que eu mais confio no mundo. Obrigado por ser essa pessoa incrível. – M”

Ela tinha que dizer á ele.

Miguel

Ele tinha que dizer á ela. Pensou sobre isso o caminho inteiro até a casa. Não existia momento perfeito, ele tinha que fazer isso acontecer com ou sem o consentimento do universo ou qualquer que fosse a força sobrenatural que sempre o impedia. As palavras estavam na ponta da língua: “eu estou apaixonado por você”.

Entrou em casa pronto, ensaiando as palavras na cabeça. Ia tomar um banho, se arrumar e comprar as flores preferidas dela. Escutou um barulho no quarto da mãe, o corpo se arrepiou e sentiu algo estranho no coração.

Algo não estava certo.

- Mãe...? – entrou receoso, a mãe estava com as mãos no rosto e chorava tanto que o corpo tremia. Ele sabia o que tinha acontecido, ele sentia. Ela tirou as mãos do rosto e se deparou com um par de olhos inchados. Ele entendeu o olhar, não precisava de palavras.

Abraçou-a por um longo tempo, segurava as lágrimas e reprimia o sentimento dentro do peito porque a mãe precisava que fosse forte. Pensou em Ana e em como tê-la ao seu lado nesse momento seria essencial.

Ana


Meu pai faleceu. Parece que o mundo vai desabar em cima de mim.

Leu a mensagem e se espantou.
- Não...

Entendia o que ele estava sentindo, pois havia perdido a avó paterna há alguns anos e quando soube da notícia parecia que seu coração estava sendo esmagado. Queria abraça-lo, dizer que tudo ia ficar bem e que estava ao seu lado. Deixou o material da escola todo bagunçado sobre a mesa, pegou um casaco e correu para pegar sua bicicleta na garagem. Ia correr o máximo que conseguia para chegar até a casa de Miguel.

Obs: Pessoal, se conter algum erro na gramática deixem nos comentários. Eu sempre leio tudo, reviso, mando pra Isa ler, mas ás vezes algum erro pode passar despercebido. E nunca deixem de comentar, é MUITO importante!

A partir desse capítulo vou tentar deixar algumas músicas pra vocês ouvirem enquanto lêem. Deixem nos comentários músicas fofinhas também! Vou amar ouvir!

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