resenha | Marina, Carlos Ruiz Zafón

Marina
"Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma. Este é o meu."
Título original: Marina
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de letras
N° de páginas: 189
-- 5 estrelas

"Em maio de 1980, desapareci do mundo por uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro. (...) Uma semana depois, um policial à paisana teve a impressão de conhecer aquele garoto; a descrição batia. O suspeito vagava pela estação de Francia como uma alma penada numa catedral de ferro e névoa. O policial me abordou com um ar de romance de terror. Perguntou se meu nome era Óscar Drai e se era o rapaz que havia sumido sem deixar rastros do internato onde estudava. (...) Na época, não sabia que, cedo ou tarde, o oceano do tempo nos devolve as lembranças que enterramos nele. Quinze anos depois, a memória daquele dia voltou para mim. Vi aquele menino vagando entre as brumas da estação de Francia e o nome Marina se acendeu de novo como uma ferida aberta." 

Já comecei esta leitura meio receosa, pois nunca tinha lido um livro do Zafón antes, e pelo fato de haver muitos elogios sobre ele, não queria me decepcionar. E ainda me pergunto: por que não li esse livro antes?!

Marina é um romance, mas que não envolve somente aquele 'ar' de amor. Envolve o suspense e mistério na medida certa. Confesso que não assimilei perfeitamente a citação acima com a história, mas se o fiz, não percebi.

Foto: Isabelle Lorrayne | Notável Leitura

Quando Óscar "invade por acidente" um velho casarão em Barcelona e acaba por pegar um relógio, fica pensativo por dias e decide voltar para devolver ao então dono. É dessa maneira que ele conhece Marina, surgindo assim uma amizade. Em um domingo quando os dois estavam em um cemitério "abandonado", se encontram com uma Dama de preto, começando assim o suspense e a busca para descobrir o mistério que envolve a Dama de preto.

Óscar e Marina começam a descobrir histórias envolventes sobre antigos moradores de Barcelona, Mijail Kolvenik e Eva Irinova, a Dama de preto. E durante o tempo que se envolvem nisso, Óscar descobre que Germán, o pai de Marina está gravemente doente...

Marina me disse um dia que a gente só se lembra do que nunca aconteceu. Ainda ia se passar uma eternidade antes que eu pudesse compreender essas palavras.

                                                                                       página 7

Zafón soube trilhar perfeitamente a história, a participação de Óscar no desfecho deste mistério não poderia ter sido melhor. E a forma que o autor molda mais tarde sobre a doença de Germán, é emocionante e triste ao mesmo tempo, pois com isso descobrimos surpresas...

Leve e misterioso ao mesmo tempo, emocionante, triste e alegre em outro, Marina é exatamente o livro que recomendo a todos! 

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Beijos, e até o próximo!